quarta-feira, 3 de abril de 2013

Estação Ferroviária - Parte I




Estação. Fotografia de 1922. Fonte: http://www.estacoesferroviarias.com.br

Em quatro partes, buscamos contar um pouco da História da Estação Ferroviária de Ipu, inaugurada ainda em fins do século XIX, discutir sua importância para o crescimento da cidade e, finalmente, o seu resgate e restauro apontado, por alguns, como malsucedido, e por outros, como forma de desvio de dinheiro público, algo, convenhamos, corriqueiro em nossa história política.

Histórico

            A Estação Ferroviária de Ipu fazia parte do conjunto arquitetônico da Estrada de Ferro de Sobral (EFS). Construída pelo Governo Imperial, essa ferrovia e todos os seus equipamentos, deveriam minorar, segundo os discursos da época, os efeitos nocivos da seca de 1877-1879 que assolou o Estado do Ceará. A sua construção deveria proporcionar trabalho a milhares de flagelados e facilitar a distribuição de alimentos para a população necessitada.
            A Estação Ferroviária de Ipu foi inaugurada em 10 de outubro de 1894, quando a ferrovia passou a circular por estas paragens. Já nas primeiras décadas do século XX, em relativo pouco espaço de tempo, o trem provocou algumas mudanças econômicas significativas para a localidade: incrementou a produção agrícola, engendrou as famosas feiras e dinamizou o comércio local. A cidade ficou ligada ao comércio regional, local e internacional a partir do porto de Camocim. Era por meio deste porto que mercadorias, capitais, livros e, principalmente, ideias circulavam.

Importância da Ferrovia

O trem contribuiu para a transformação do espaço urbano local, incrementou a população (de cerca de 11 mil hab. em 1890  primeiro censo republicano - 20 mil hab. em 1915  números de Eusébio de Sousa).  Fez surgir novos bairros como Corte, Pereiros e Pedrinhas. (Este último só passou a ter esse nome após 1932).
            A ferrovia não apenas fez surgir novos núcleos de povoamento, fez surgir também novas ruas e traçados. Deslocou o eixo central do “velho povoamento”, onde teria surgido a cidade (Quadro da Igrejinha) para o novo eixo em torno da Estação Ferroviária. Logo em volta do imponente prédio da Estação surgiram várias vendas e pensões. A cidade passou a ter um novo polo de desenvolvimento com base na ferrovia. Passou a crescer em torno da Estação Ferroviária, não só em espaço físico, mas também, fundamentalmente, em desenvolvimento econômico e social, como mostramos.
A Estação passou a ser o nervo e vida da cidade. Todos os dias inúmeras pessoas, nos horários de trens, transitavam em torno dela. Muitos transeuntes para ali iam apenas para observar o “enxame” de pessoas que embarcavam e desembarcavam diariamente. Antes dos embarques e desembarques muitos vendedores ambulantes acorriam para a Estação a fim de venderem suas mercadorias.
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