Cinquentenário da Estação (1944). Fonte: fotografia do acervo de Francisco de Assis Martins (prof. Melo) |
Decadência da ferrovia
Já na década de 1930 a
ferrovia dava sinais de decadência, negligenciada pela política
desenvolvimentista adotada por Getúlio Vargas. O
modelo modernista das décadas de 1940 a 1960 no Brasil foi marcado pela
influência norte-americana e o posicionamento econômico do governo federal
passou a privilegiar um desenvolvimento que favorecia os interesses da
indústria automobilística internacional. Nesse contexto, a ferrovia, como meio
de transporte de mercadorias e pessoas, é substituída pela rodovia. Era uma
forma de atração econômica para a indústria automobilística multinacional, ao
se criar, portanto, um mercado para ela. Em consequência, as cidades que tinham
como um dos pilares de sua economia o comércio com base na ferrovia, como era o
caso de Ipu, entraram em uma crise econômica sem precedentes.
Percebendo o abandono da ferrovia e a importância que exerceu no
desenvolvimento a cidade, as autoridades locais comemoraram em 1944 o
cinquentenário da chegada, aqui, do “trem de ferro”, e da construção da Estação
(1894-1944). Na ocasião foram
depositados em um baú, documentos importantes sobre a história da ferrovia e
sua importância para o “progresso” da cidade. Depositada em uma das paredes do
prédio só deveria ser resgatada cinquenta anos depois (1994), nas comemorações
do centenário do prédio. Mas, negligenciadas e esquecidas pela população, a
Ferrovia e a Estação Ferroviária não tiveram sua festa de honra. A “velha” Estação,
desprezada, fora oferecida para a venda à iniciativa privada em 2002.
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