sábado, 6 de abril de 2013

Estação Ferroviária - Parte III



Antigo Café Central (hoje Pavilhão) e Estação Ferroviária. Foto de 1957. Do acervo do professor Francisco de Assis Martins (Prof. Melo)


Resgate da Estação


A Estação Ferroviária havia sido vendida, em 2002. Coube a Associação dos Filhos e Amigos de Ipu, que tinha como presidente, Francisco de Assis Martins, organizar movimentos de conscientização e defesa daquele patrimônio e a sua desapropriação e entrega ao setor público e, assim, sua devolução ao povo ipuense.
Em junho de 2006, pressionado pela sociedade civil, o Executivo Municipal deu início, junto à 4ª Superintendência Regional do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) ao processo de tombamento do prédio da Estação. O prédio foi cedido ao governo do Estado por um período de, no mínimo, dois anos, necessário para o início das obras de tombamento, restauração e instalação, em suas dependências, de uma de uma Biblioteca Pública Municipal. Em sua Sessão Ordinária de 9 de outubro de 2007, a Câmara Municipal de Ipu aprovou, por unanimidade, o projeto de lei que previa o tombamento e restauração do monumento.
Em junho de 2008, estiveram em Ipu para dar continuidade ao processo de restauração da Estação os técnicos do IPHAN e do Departamento de Edificações e Rodovias – DER. O projeto arquitetônico já havia sido elaborado pelo ex-superintendente do IPHAN no Estado do Ceará, Romeu Duarte, e apresentado aos ipuenses na Sessão Itinerante da Assembleia Legislativa, realizada em Ipu, em agosto de 2007.
No entanto, a partir da vistoria do prédio da Estação, outros projetos complementares passaram a ser elaborados: projetos hidráulico-sanitário, elétrico e de estrutura metálica. O início da restauração só poderia ocorrer quando todos os projetos tivessem sido concluídos.
A solenidade de reinauguração da Estação, com o processo de restauração ainda inacabado, se deu no dia 24 de agosto de 2010. Mas, logo surgiram denúncias, protocoladas junto ao Tribunal de Conta dos Municípios do Ceará (TCM), de desvios de verbas. Segundo Relatório do TCM, que esteve em Ipu no mês de maio de 2011, cerca de 50% dos recursos destinados ao processo de restauro do monumento, orçado em R$ 744 mil, foram desviados. Nada surpreendente para uma terra marcada por gestores desonestos, apoiados por uma significativa parte da população em troca de benefícios particulares, não menos desonesta do que seus líderes. 

← ANTERIOR PROXIMA → INICIO

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário, opinião e sugestões. Um forte abraço!