Desenho de Raimundo Arcanjo, representando o colonizador dos "sertões". Fonte: http://raimundoarcanjoblog.blogspot.com.br |
Segundo Nertan Macedo,
Melos e Mourões disseminaram-se pelos sertões do Ceará e do Piauí: príncipe
Imperial (hoje Crateús), Ipu, Independência (naquele tempo Pelo-Sinal),
Inhamuns, Tamboril, Boa Esperança, Boa Viagem, Quixeramobim, Sobral, largos
trechos do Piauí e do Maranhão, além de muitos deles terem acorrido para
Pernambuco e Paraíba.
O País dos Mourões, nas
palavras de Nertan, era a Serra Grande. É aí que começa as suas peripécias. Aí
o grande patriarca da família foi Alexandre da Silva Mourão, pai. Nasceu ele em
Crateús, em 1811, e veio cuidar de terras na Serra dos Cocos.
Alexandre da Silva
Mourão, filho, que herdou o nome completo do pai, o Velho Alexandre Mourão,
descobriu que sua irmã, casada com José de Barros Mello, estava sendo traída e
que se encontrava aflita. Conta tudo ao seu irmão, o major Antônio Mourão, no
intuito de encontrar uma solução. Este pegou o seu cavalo e foi à porta da casa
da amante do cunhado. Obrigou-a a ir com ele, até a casa do Velho Alexandre,
que ficara, na ocasião a par de tudo.
O velho Alexandre pede
sua filha de volta e oferece a "rapariga" para o genro. Depois de
discussões, as coisas se acertam. A filha traída aceitou ficar com o marido e a
"rapariga" é mandada embora.
Segundo Alexandre
Mourão, filho, as coisas se acertaram entre José de Barros Mello e seu pai.
Porém, dois ou mais dias depois, José de Barros Mello combinou com Vicente
Lopes de Negreiros, que já tinha desavenças com os Mourões, ir este com seu
bando, assassinar o irmão de Alexandre Mourão, o Major Antônio Mourão, que
passaria o natal na Matriz de S. Gonçalo, freguesia da Serra dos Cocos e reduto
dos Mourões.
Na noite de natal,
houve tiroteio entre Negreiro e seus cabras
com os Mourões. O major Alexandre matou o capanga fiel de Negreiros, Belchior.
Na ocasião caiu morto, também, Manoel de Ferros Mourão, o Manelinho, irmão do
Major.
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