Igreja Matriz. 1940 (?). Acervo prof. Mello |
O prédio da Estação Ferroviária, talvez
o símbolo mais pujante de um passado sonhado como futuro, foi recentemente
restaurado após anos de luta dos mais velhos pela preservação daquele
monumento, pessoas que viveram parte de seu período áureo. Foram anos de
combate. Caindo aos pedaços, abandonado e transformado em banheiro público,
prestes a ruir, foi “restaurado” após ser vendido à iniciativa privada e
retomado pelo governo municipal. Hoje o poder público responde judicialmente
por desvios de verbas no processo de recuperação do prédio, algo corriqueiro em
nossa história, que já apresenta problemas sérios de uma restauração
malsucedida. Praticamente abandonada, a Estação é apenas um gigante adormecido que lembra
sobre um passado que frequentemente se intromete no presente. Da mesma forma,
revela o esquecimento de um momento singular para a cidade.
O prédio do Mercado Público, totalmente
modificado por sucessivas reformas, não lembra em nada o prédio inaugurado nos
anos finais do século XIX, e que abrigou os principais estabelecimentos
comerciais, favorecidos pelo crescimento econômico da cidade. Toda a parte
exterior do prédio pertence hoje à iniciativa privada, sucessivamente
apropriada pelos gestores públicos, que se encarregaram de vendê-la, aumentando
o seu patrimônio particular à custa da coisa pública. O seu interior,
abandonado, ainda pertence ao governo municipal. Recentemente posto à venda,
não encontrou compradores interessados.
Construção da Igreja Matriz. Sem data. Acervo do prof. Mello |
A Casa de Câmara e Cadeia, prédio onde
funcionou por longos anos a cadeia pública e a Câmara Municipal, mais
recentemente a sede da prefeitura, e onde atualmente funciona a sede da Guarda Municipal (2012), foi inaugurada no mesmo ano do Mercado
Público Já passou por
reformas, inclusive em sua fachada, e está totalmente modificada.
A Igreja Matriz é o único monumento,
tão pujante quanto a Estação Ferroviária, que não sofreu intervenções
significativas, mantendo sua estrutura preservada, e em melhores condições.
Neste sentido, ainda lembra aos mais velhos os “anos dourados” da cidade.
Mantém a sua função social, pertence e é administrada pela Paróquia de Ipu,
subordinada à Diocese de Sobral.
Continua...
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, opinião e sugestões. Um forte abraço!