Lideranças da Coluna nos momentos de sua formação. Fonte: http://prestesaressurgir.blogspot.com.br |
Pretendendo apossa-se dos mapas, fundamentais
para orientar a marcha dos “revolucionários” em solo nordestino, João Alberto
visitou, junto com uma comissão formada no local, o Gabinete de Leitura Ipuense, com sede no Quadro da Igrejinha, ao
lado da residência do Padre Gonçalo Lima. Os tais mapas (quatro) existiam e
foram recolhidos pela Coluna. Dr. Chagas Pinto, presidente da instituição, ao
lado, na mesma mesa, de Pedro Gonçalo, Thomaz Corrêa, João Bessa e outros
sócios da instituição, pediu que João Alberto, antes de sair, deixasse suas
impressões da cidade no livro destinado a este fim. Emocionado escreveu o
seguinte: Cidade hospitaleira, onde tudo
lembra a memória do meu querido irmão. Em cada um de seus habitantes encontrei
um amigo desinteressado, mas para admirar este formidável torrão, tão querido
de seus filhos, tão querido destes cearenses, raça forte que tanto honra nosso
Brasil. Sinto uma verdadeira satisfação moral.
Em seguida, diante da comoção, João Alberto
conversou com os presentes sobre as andanças e a luta da Coluna Prestes pelo
interior do país. Antes de sair, Monsenhor Gonçalo Lima, sacerdote da
freguesia, fez um apelo a João Alberto para que este, juntamente com seu bando,
deixasse a cidade, pois só assim a população ipuense iria dormir em paz e
despreocupada. Pediu que o bando repousasse à noite fora da cidade. O tenente
consentiu. Por volta das 6 horas da tarde, o 2º destacamento da Coluna retirou-se da cidade, enquanto o
padre Gonçalo rezava missa. Dormiram em suas imediações, acampando no hoje Espraiado, no então sítio Viração, de propriedade do padre Gonçalo
de Oliveira Lima. No dia seguinte rumaram para Crateús.
Os únicos atos violentos desfechado
contra a cidade pelo destacamento foram a ocupação da Estação, a posse do
telégrafo, a derrubada de postes, trilhos arrancados e a invasão da Cadeia
Pública, que ficava próximo ao mercado. Na cadeia, arrebentaram as grades e
libertaram os presos que ali estavam, inclusive o sapateiro Anastácio S. da
Silva que há alguns meses havia assassinado a golpes de faca um policial nas
imediações da Estação. Era um senhor de cerca de sessenta anos e que acompanhou
a Coluna até desfazer-se em solo
boliviano.
A Marcha prosseguiu rumo a Arneiroz, onde se
reuniria, como combinado, com os outros destacamentos da Coluna.
Continua...
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário, opinião e sugestões. Um forte abraço!