Vista parcial do Centro da Cidade. Fotografia de 1940. Álbum do Centenário. Documento original do acervo de Francisco de Assis Martins (prof. Melo) |
Os Primeiros Bairros
Os primeiros estudiosos da nossa história, como é o caso de Eusébio de Sousa, demonstram que, no início, até as primeiras décadas do século XX, a cidade contava com poucos bairros. Um deles o Papo (Quadro da Igrejinha), onde teria nascido a cidade, outros, o Reino de França, o Alto dos 14 e a Lagoa. Mais tarde, no entanto, novos núcleos de povoamento tornaram-se bairros, tais como, o Corte, os Pereiros e Pedrinhas. Algumas curiosidades estão ligadas ao nome destes logradouros.
Reino de França
Tem
esse nome, segundo a versão mais provável, por ter se estabelecido ali, desde
cedo, um pardo, segundo Eusébio, ou “um preto”, segundo Francisco das Chagas
Paz, de sobrenome França. As primeiras residências estabelecidas na região eram
casebres, feitos de Taipa. Luiz de França teria estabelecido sua liderança e
autoridade no lugar, comandando, segundo uma versão, “alguns desordeiros,
homens affeitos a toda sorte de orgias, os quaes obedeciam ao mando” do França
(SOUSA, 1915, p, 202). Porém, o preconceito da sociedade ipuense, frequentadora
dos salões do Grêmio, que nos legaram alguns trabalhos, para com os moradores
da periferia, pode ter contribuído para nos deixar uma versão negativa daquele
bairro. Até a década de 1960 a maioria das casas do Reino de França ainda era de
edificações de taipa.
Alto dos 14
Seu nome também estaria ligado a um
de seus moradores, um mestiço que, chefe de uma família de 14 filhos, morava na
subida da serra. Ele também teria se tornado uma espécie de líder local, além
de comandar seus 14 filhos varões. Logo, teria se estabelecido uma rixa entre
os homens comandados por França e aqueles comandados pelo líder do Alto dos 14,
de sorte que quando havia samba no Reino de França, o pessoal do Alto dos 14
não ia, sob pena de brigas terríveis. Da mesma forma, nos sambas do Alto, o
pessoal comandado por França, também não comparecia.
Lagoa
Assim
chamada pelo fato de ter sido construído ali, um açude ou lagoa, segundo
Francisco de Assis Martins, pelo português Manoel Palhares Coelho.
No
início do século XX, a região mais central da cidade e o Quadro da Igrejinha
concentravam as melhores residências, de alvenaria e cobertura de telha. Nos subúrbios,
a maioria das residências era de taipa e de palha. A Lagoa, por sua vez, possuía
excelentes casas e alguns casarões, bem como edificações de taipa.
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