Bica do Ipu. Fonte: cartão postal. |
A mosca no meu pão
Recentemente,
um “professor” de Novas Russas, ao produzir uma crítica feroz contra um
deputado estadual, nascido naquela cidade e que a representa, indignado com a
sua suposta apatia, se referiu a cidade de Ipu, terra da esposa daquele
parlamentar, como “violenta e miserável”, além de “bizarra”, numa atitude, no
mínimo, condenável. Não pretendo, no entanto, defender a cidade de Ipu ou
atacar o “professor”, não, embora a minha vontade seja de mandá-lo, no mínino,
para o quinto dos infernos. Como analista social, me seduz muito mais o ato de
buscar entender a sua atitude.
Não
é de estranhar que a imagem de nossa cidade, mundo a fora, anda arranhada. A urbes que já foi reconhecida ou que teve
sua imagem construída como cidade
intelectual, nos primórdios do século XX, ou berço de grandes mentes, deste
então, ao contrário, é vista, hoje, por muitos, como uma cidade violenta (de
rixas entre grupos políticos e seus defensores), maldita (por seus gestores
corruptos) e bizarra (onde se desenrolam lances chocantes).
É lógico que não concordo com os três adjetivos acima, usados pelo professor de Nova Russas, para significar a cidade.
É lógico que não concordo com os três adjetivos acima, usados pelo professor de Nova Russas, para significar a cidade.
Nas
últimas décadas, as representações positivas que caracterizavam a nossa cidade
deram lugar às imagens negativas. A violência de nossas campanhas partidárias (violências
física e simbólica, recheadas de lances de perseguições e desrespeito aos
princípios democráticos), o uso das instituições públicas para empregar
correligionários, banir adversários ou negociar apoios, os embates entre
pretensos intelectuais, que escolhem um dos lados da “luta”, e profissionais da
mídia, pagos para defender interesses de partidários e seus empregos, e a
atitude de gestores que dilapidaram ferozmente, como caninanas, os cofres
públicos, deixando a cidade, no mínimo, abandonada, tem criado uma Ipu
irreconhecível, enquanto parte significativa da população luta como animal
faminto, defendendo um dos lados, em busca das migalhas de um emprego público
de quatro anos, a aprovação em um concurso de fachada, uma vaga em uma sala
confortável, longe do público, um carro, casa, parto ou outro bem ou vantagem,
e que desfila na cidade com seu nariz empinado, exalando uma moral e atitude
ética inatacáveis.
A
atitude do “professor” novarrussense, condenável em seu ato desrespeitoso e sem
escrúpulos, é justificável diante da realidade que nos últimos anos essa bela
cidade vem conhecendo.
Pobre-rica
Ipu.
Artigo publicado no Jornal Ipu Grande, nº 40.
Raio-X de Ipu. Há décadas, ou desde sempre?!
ResponderExcluirNa verdade muitos nova russenses moram de aluguel para poderem se exibirem com uma motinha ou um carrinho pela cidade e nem tem onde morar ,aí eles falam que no Ararendá ninguém almoça fora por que em Ararendá não tem restaurantes,é o fim agora.Ô povo orgulhoso em pleno sertão nordestino.
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