Dos
muitos problemas latentes que convivemos em nossa cidade um reclama urgentes
medidas para minorá-lo. É raro um final de semana sem notícias de acidentes
graves envolvendo o trânsito. As vítimas fatais vão se acumulando. Em sua
maioria jovens, garotos e garotas que se aventuram em motocicletas suicidas e
que, de vez em quando, encontram um obstáculo sólido pela frente.
Estou
farto disso!
Quais
são as causas desse mal?
Em
primeiro lugar, a motocicleta há muito tempo se transformou em um objeto de
status para rapazes e moças na puberdade. Pais insensatos ensinam seus meninos,
desde cedo, a pilotar essas máquinas mortíferas. O status impõe isso! Afinal,
aqueles que “podem” comprar objetos-fetiches precisam afirmar sua “posição
superior” perante a sociedade, e filho, sem veículo, nessa ordem, é impensável,
verdadeiro sacrilégio!
Em
segundo lugar, possuir uma motocicleta transformou-se numa arriscada moda. Todo
garoto sonha em ter a sua. Afinal, andar sobre duas rodas tornou-se sinal de
liberdade, acompanhado do status. O resultado é esse mar de motociclistas
malucos transitando pela cidade a toda velocidade. A julgar pelas manobras,
demonstram um profundo conhecimento do trânsito e de suas leis!
Muito
me impressiona ver constantemente crianças e adolescentes, das mais diversas
classes sociais, se aventurando nessas máquinas possantes, sem proteção alguma,
colocando em risco as suas vidas e a de outras pessoas. Eles têm pais? Que tipos
de pais permitem, em primeiro lugar, expor os seus filhos à perigos
desnecessários? Que tipos de pais são esses que ensinam, pelo exemplo, seus
filhos a desobedecerem as leis de trânsito? Será que ainda têm autoridade sobre
esses garotos e garotas?
De
um lado, a irresponsabilidade faz muitas vítimas, de outro, a negligência dos
responsáveis por fazer valer as leis de trânsito, que parecem dormir um sono letárgico
e profundo esperando o beijo do príncipe encantado, é revoltante!
Me
parece que a responsabilidade por muitos traumas causados por acidentes de
trânsito envolvendo jovens, menores de idade, embriagados, sobre duas rodas, é,
em parte, de seus pais, em parte, de todos nós que não reclamamos medidas às autoridades, e, em parte, da negligência do poder público: acordem! E nada de
oferecer a uma garota de 15 anos, vencedora de um concurso de beleza, uma Moto
Zero, como premiação! Isso só piora as coisas! Afinal, conduzir veículo
automotor é para os maiores de 18 anos. Mas quem se importa com isso? Eu é que
sou um babaca!
Cada
um deve assumir sua parcela de culpa e irresponsabilidade. Se os pais dão
maus-exemplos, o poder público deveria puni-los e responsabilizá-los pela
falta. A lei existe e quem a cumpre é, infelizmente, penalizado.
À
quem compete fiscalizar o trânsito? Aqui eu não sei!
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