O Tenentismo
OS 18 do Forte. Da esquerda para direita, tenentes Eduardo Gomes, Siqueira Campos, Newton Prado e o civil Otávio Correia. Fonte: Domínio Público.
A
Coluna Prestes é resultado do movimento Tenentista, surgido na década de 1920. Era
composto por uma ala do Exército Brasileiro, principalmente de São Paulo, Rio
de Janeiro e Rio Grande do Sul, descontente com a política oligárquica adotada
durante a República Velha (1889-1930). Desde a montagem da Política dos
Governadores, pelo Paulista Campos Sales - que permitia que a República e o
poder estivessem nas mãos dos cafeicultores paulistas – os militares foram afastados
do poder. E isso gerou, ao longo da década de 1920, muitas insatisfações numa
ala do exército brasileiro. Desde então, os tenentes passaram a querer derrubar
a República Oligárquica sob o pretexto de moralizar a política e defender o
desenvolvimento do Brasil.
Nas
eleições de 1922, os tenentes se opuseram à candidatura à presidência do
Paulista Artur Bernardes, malvisto por eles, e apoiaram um candidato opositor.
A insatisfação e a rebeldia de um grupo significativo de jovens capitães e
tenentes do exército (e também alguns da Marinha) contra Artur Bernardes foi
tal que resultou numa ação mais radical. O fechamento, por ordem do governo, do
Clube Militar e a prisão de seu presidente, o Marechal Hermes da Fonseca,
acusado de interferir indevidamente na política pernambucana, fizeram explodir
revoltas armadas. Um dos movimentos mais emblemáticos foi a revolta dos 18 do
Forte, fazendo com que no dia 5 de junho de 1922, jovens oficiais do Forte de
Copacabana se rebelassem, com o apoio das guarnições do Distrito Federal e Mato
Grosso. O objetivo era impedir a posse de Artur Bernardes.
Embora
a rebelião tenha fracassado, os jovens militares resolveram abandonar o forte e
marchar pela praia de Copacabana para combater as forças do governo. Desse episódio, conhecido como Os 18 do forte, sobreviveram apenas os
tenentes Siqueira Campos e Eduardo Gomes. Iniciou-se aí o longo episódio de
rebeldia a que se chamou Tenentismo.
Seguiu-se
revolta no Rio Grande do Sul, quando unidades do exército aquarteladas nas cidades
gaúchas de São Borja, Uruguaiana e Santo Ângelo se sublevaram. Seus líderes
eram o capitão Luís Carlos Prestes e o tenente Siqueira Campos. Depois de
alguns dias de combate, os rebeldes se retiraram para Foz do Iguaçu.
Em
São Paulo, no dia 5 de julho de 1924, unidades do exército e da Força Pública
(PM), se rebelaram. Seus líderes eram o general Isidoro Dias Lopes, O Major
Costa e o Capitão Joaquim Távora (morto na revolta). Os rebeldes ocuparam o
palácio do governo, provocando a fuga do governador, e controlaram a cidade por
23 dias. Eles exigiam a renúncia do presidente Artur Bernardes e contavam com o
apoio dos trabalhadores e de alguns grupos de populares. Para evitar o
bombardeio da cidade por forças legalistas (do governo), os rebeldes se deslocaram
para Foz do Iguaçu, Paraná, onde se encontrariam mais tarde com os oficiais
rebeldes vindos do Rio Grande do Sul. Deste encontro surgiu a Coluna Prestes, que tinha como objetivo
estender a campanha anti-governo a todo o país.
Entre
abril de 1925 e fevereiro de 1927 (dois anos e três meses), os rebeldes com 800
a 1500 civis e militares percorreram cerca de 25 mil quilômetros por treze
estados, sem perder qualquer dos 53 combates contra as forças governistas e a
“jagunçada” de muitos coronéis. Inutilmente procurou sublevar as populações do
interior contra Bernardes e a oligarquia dominante. Com o fim do mandato de
Artur Bernardes, em 1926, a Coluna entrou na Bolívia e, finalmente, se
dissipou.
Continua...
Primeira parte em: http://amoscanomeupao.blogspot.com.br/2013/03/a-coluna-preste-em-ipu-parte-i.html
Terceira parte em: http://amoscanomeupao.blogspot.com.br/2013/03/a-coluna-prestes-em-ipu-parte-iii.html
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