Era após as 9 horas da manhã
que as senhoras e senhoritas das famílias tradicionais ou de “bons costumes”,
iam passear ou fazer suas compras na feira e no mercado público e não podiam
ser expostas àquele “espetáculo” de “imundícies” e “imoralidades”, praticados
pelas meretrizes. Cabia à polícia controlar sua circulação como forma de
preservar a saúde dos costumes, os “sãos costumes” e a moral “pública” das
famílias ipuenses.
Os argumentos contra a
prostituição e sua prática, pelo menos nas proximidades do centro da cidade, e
a defesa pelo seu controle, são justificados porque se colocava contra os
“incontáveis” “foros de terra civilisada” que caracterizava a cidade de Ipu. Os
argumentos contra a prostituição são, na maioria das vezes, de ordem moral.
Se, de um lado, as
prostitutas são alvo de controle, por outro, elas resistem e passam a lutar,
também, pelo direito de ir e vir e usar o espaço da cidade. Se em alguns
momentos o poder repressor se mostra mais forte, elas criam táticas para tentar
burlar esse poder fazendo uso dele. É aí que a exposição do corpo e sua venda
se deslocam do espaço público para o privado e espaços reservados à sua
prática.
O meretrício passa a exercer
um chamamento aos homens e aos rapazes da época, mesmo entre aqueles de
famílias abastadas, cujos pais atacavam a compra e venda do sexo nas páginas
dos jornais.
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